Líder religioso considera templo “maldito”, devido a
gárgulas, que chama de “demoníacas”, e diz que “ainda que tivesse
oportunidade não o visitaria” Gárgula da Catedral Notre Dame em Paris / Foto: Divulgação/Paulo A. L.
A Catedral de Notre Dame,
em Paris, foi tomada pelas chamas na tarde de segunda-feira, 15. Na
ocasião, diversas equipes do Corpo de Bombeiros trabalharam para conter
as chamas que tomaram parte do templo religioso. As cenas do incêndio se
espalharam rapidamente pela internet onde diversas pessoas lamentaram o
incidente — diversas, não todas.
É o caso do pastor evangélico e auto proclamado bispo Luis
Washington que, por meio de seu perfil no Facebook, comentou o ocorrido. “Muita
gente a se lamentar
por este edifício cheio de imagens demoníacas ter ardido em chamas, admira como
não aconteceu antes, é um edifício maldito, há coisas bem mais importantes para
as pessoas se preocuparem”, disparou o fiel.
O posicionamento gerou desconforto em um internauta que rebateu:
Em entrevista ao Jornal Opção o pastor lembrou que o
incêndio teve início às 19h, “por volta das 20h30 o presidente da
‘Amigos da Notre Dame de Paris’ deu uma entrevista a um jornal local e
anunciou que eles já tinham dinheiro suficiente para a restruturação de
toda a parte danificada”.
Em seguida, desabafou: “Enquanto isso, o Unicef vem há semanas,
tentando arrecadar dinheiro para milhares de crianças e mulheres vítimas
do incidente em Moçambique (um ciclone deixou mais de 600 mil crianças
desabrigadas em Moçambique, Malawi e Zimbábue). Com muita luta eles
conseguiram arrecadar R$ 122 milhões. O que vejo é uma discrepância. As
noções de compaixão, fraternidade e humanismo são seletivas e vaidosas”.
Ele, que é bispo na Igreja Apostólica Nação dos Vencedores
em Senador Canedo, ressaltou que “a palavra de Deus diz que os demônios e espíritos
de Satanás vão queimar em chamas. O que disse foi nesse sentido. Ali existem
várias estátuas representando o diabo. Para mim é um edifício maldito e que,
nesse contexto, queimou tarde”.
Luis Washington nunca visitou a catedral e disse ao Jornal Opção
ter conhecimento, pela internet, do que há no prédio. O pastor também
acrescentou que, ainda que tivesse a oportunidade, não o visitaria.
“Minha indignação é com o modelo dessa sociedade política que dá mais
valor a um edifício do que a vida humana. A catedral não pode valer mais
e a minha impressão é de que a vida humana vale menos”, pontuou.
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