Caetano Veloso processa bispo católico por brincadeira durante homilia de missa
Caetano
Veloso vai interpelar judicialmente o bispo auxiliar do Oridinariado Militar do
Brasil, o Dom José Francisco Falcão, que afirmou, em uma missa, em 31 de março,
que gostaria de "dar veneno de rato" para o "imbecil" que
compôs a música "É proibido proibir". A informação é da revista
Época.
O 31 de
março é uma data marcada pelo golpe de 1964 que tirou João Goulart do poder e
instaurou a ditadura militar no Brasil, que durou até 1985. De acordo com a
publicação, o cantor irá acionar a Justiça para que o bispo diga judicialmente
quem é o "imbecil" a quem se referia, e qual seria a pessoa que ele
gostaria de matar com o veneno. Caetano é o autor da canção de 1987.
A fala do
bispo repercutiu nas redes sociais após a revelação feita pela revista Veja na
segunda-feira (1º/4). De acordo com a revista, também estaria na missa a viúva
do coronel Brilhante Ustra.
Em nota
oficial, a Arquidiocese Militar do Brasil disse que a missa celebrada foi em
ação de graças pelas promoções dos oficiais generais do Exército Brasileiro, e
que tais comemorações ocorrem nesta data desde a década de 1970. "Em
nenhum momento do transcurso da Missa falou-se de 'ditadura' ou 'golpe' ou se
agradeceu a Deus por outro motivo", diz a nota.
A Arquidiocese
também respondeu que em "nenhum momento do transcurso da Missa fez-se
alusão do nome de qualquer cantor ou compositor" e que, na verdade, o
bispo se referia a uma parábola bíblica.
"No
transcurso da homilia, gravada em áudio, que comentou exclusivamente as
leituras litúrgicas, ao se falar da atitude do filho pródigo ao abandonar a
casa do Pai, em busca de uma liberdade sem proibição, aludiu-se ao correto
significado de 'liberdade', que comporta um conjunto de restrições, portanto de
proibições; de fato, dos dez mandamentos da Lei de Deus, seis são proibições.
Daí que, na visão cristã, não se pode falar de 'liberdade' e, ao mesmo tempo,
de 'proibição à proibição'."
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