Ex-pastor evangélico funda mesquita e trabalha para difundir o o islamismo no interior nordestino
Islã ganha seguidores e muda cara de cidade no interior nordestino
Gente,
noutro dia um leitor nosso perguntou se no Brasil havia redutos
islâmicos que fizessem rituais com animais. Eu respondi que no Paraná eu
sabia que existem e que havia pedido a galera de lá para apurar in
loco. Mas, olha a surpresa que a Folha de São Paulo fez na semana
passada. A matéria nos mostra que o nordeste está sendo catequizado para
que isto aconteça..... Meu Deus, precisamos ficar de olho......
Não podemos permitir aquelas matanças bárbaras em nosso país.....
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Ao longo de uma estrada sinuosa, deixando uma fileira interminável de
coqueiros para trás, chega-se a Itabaianinha, no Sergipe acidentado,
após percorrer 118 km de Aracaju. Lá, na cidade de 40 mil habitantes, o
céu está cheio de nuvens brancas. Alguns até parecem prometer chuva, mas
não virá.
Até certo ponto, o cenário faz Dedé lembrar as fotos e vídeos da Arábia
Saudita que ele vê na internet. De tão árida e quente, a terra ocre pode
ser a de Meca. A diferença é que, para pedir chuva, o nordestino ora
pelo padre Cícero. Já o grupo do Dedé reza por Alá. “Eu comecei cortando
o batismo em nome da Trindade, então eu cortei a Trindade, daí as
pessoas começaram a me chamar de louco aqui na cidade.”
Foi assim que Dedé, o ex-pastor evangélico José Renato de Jesus Vieira,
50 anos, presidente fundador da Religião Islâmica de Itabaianinha,
iniciou a transição de seu rebanho.
A cidade, que ficou conhecida no país por ter uma considerável população
de anões devido a uma mutação genética, é agora também uma terra de
muçulmanos no nordeste.
Todos os dias eles podem ser vistos rezando na direção da cidade santa
de Meca, como o Alcorão (o livro sagrado do Islã) faz cinco vezes por
dia.
Convidado por um amigo para ir a Aracaju e conhecer o Islã, Dedé ficou
em dúvida. Afinal, ele era um pastor. Já na primeira conversa com um
seguidor da religião, no entanto, ele diz que se ele "encontrou". Dedé
passou dois anos pesquisando em redes sociais e na própria Bíblia -
porque ele ainda não tinha o Alcorão - o que era aquela religião.
A ideia de um deus único, Allah, foi decisiva para sua escolha. O
islamismo, com o cristianismo e o judaísmo, forma o tritão das grandes
religiões monoteístas do mundo e tem a segunda maior seita. O
cristianismo tem 31% da população global e o islamismo, 23%, de acordo
com um estudo de 2010 do Pew Research Center nos EUA).
Então o pastor, ele começou a transição de seu rebanho evangélico gradualmente.
Além de cortar o batismo em nome da Trindade e da própria Trindade, ele
redirecionou o papel principal de Jesus, que veio a ser tratado como um
profeta de Deus - a maneira como ele é descrito no Alcorão? ??? e não
como o próprio Deus, na descrição da Bíblia. Rosineide Alves Ferreira
Vieira, 49 anos, esposa de Dedé, diz que começou a estranhar o
comportamento do marido. Ué, Jesus era salvador, agora ele não salva
mais?
De acordo com Dedé, houve uma queda na consciência e pensamento das
pessoas. Eu parei por um tempo e voltei, isso abriria suas mentes e
todos eles começaram a entender e aceitar que eles teriam que usar
videiras, não comer porco, orar cinco vezes por dia e fazer o Ramadã.
Essa transição durou dois anos, e a conversão coletiva - que eles
preferem chamar de reversão - ocorreu em 24 de julho de 2017. A
comunidade muçulmana de Itabaianinha conta atualmente com 37 apoiadores,
além de 8 crianças e 10 futuros muçulmanos aguardando a reversão. Com a
ajuda de outro irmão, Dede conseguiu levar um xeque (autoridade
religiosa) à sua mesquita, o moçambicano Ali Momade, 36.
Na rotina de Dedé Ali, há visitas a casas na periferia da cidade para
apresentar o Alcorão. Assim, eles começaram a espalhar o Islã. No
início, essas ações não foram bem vistas. "Havia pessoas de outras
religiões que estavam fazendo jejum para que o Islã não pudesse receber
fãs por aqui", diz ele. "As pessoas achavam que Alá era uma boneca de
Buda", diz Rosineide.
Para Sheikh Ali, o interesse pela religião islâmica cresceu bastante
após os ataques de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos, quando
quase 3.000 pessoas foram mortas por terroristas pilotando aviões.
Ele diz que ao pesquisar quem os muçulmanos são estavam em um impulso de
curiosidade, muitos gostaram dos preceitos e se converteram. Segundo
ele, o termo islâmico que em árabe significa "submissão voluntária a
Deus" é um código de vida que serve tanto no campo político quanto no
social.
Para acompanhar esses códigos de perto, são necessárias adaptações, como
a adoção dos véus e tecidos, que o próprio xeque realmente importa. (O
Alcorão recomenda que as mulheres se vestem modestamente fora de casa, o
que muitas vezes é interpretado como esconder o corpo e o cabelo).
Em meio ao tom pastel quase monocromático do sertão, os lenços coloridos
destacam-se nas cabeças femininas. Mas, além da curiosidade, os véus
também geram preconceito. Josete Guimarães dos Santos, 52, uma das
convertidas de Itabaianinha, diz que é comum ser chamada de
"mulher-bomba". Ela alega não ligar porque acredita que está agradando
Alá.
Os hábitos alimentares também
causam confusão. Os muçulmanos não comem carne de porco, que consideram
impuros. Bebidas alcoólicas são proibidas e o abate de animais para
consumo deve seguir regras (é carne halal).
Após a reversão de Neilma Santana, de 22 anos, filha de Evangélica,
houve uma pequena revolução em sua casa. "Eu sempre comia galinha
sufocada (estrangulada pela morte) em casa, mas depois do Islã, eu só
posso comer galinha sangrada (corte)", diz. "Então, para agradar a
todos, nós sempre matamos duas galinhas."
Se Neilma encontrou uma maneira de adaptar a dieta, o relacionamento
ainda carece de oração. Ela mora com um menino não convertido e se
pergunta se isso é permitido por Allah. Antes que alguém responda,
atire: “Você não pode. Mas como você diz isso? Tudo tem o seu tempo.
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