“Só estou viva graças a Deus”, diz sobrevivente da tragédia em Brumadinho
O desastre que se instalou nesta sexta-feira (25/1) depois que uma barragem rompeu no município de Brumadinho, em Minas Gerais, deixou uma operadora de máquina de uma fábrica de alimentos desacreditada no futuro. “Se pudesse já teria ido embora desse lugar. Isso aqui, a partir de hoje, vai ser um inferno”, lamentou Maria Aparecida dos Santos.
De
acordo com Maria Aparecida, nenhum sinal sonoro foi emitido alertando
sobre o rompimento da barragem na região. Segundo a moradora, um
treinamento teria sido realizado avisando, dentre outras coisas, que uma
sirene tocaria em situações como a desta tarde.
“Eles
fizeram uma reunião com a gente, ensinando a socorrer quando acontecesse
um rompimento. Disseram que iam ligar a sirene para todos os moradores
saírem correndo e se prevenir. Mas não fizeram isso. Só estou viva aqui
graças a Deus”, relata a mulher, que saiu de casa, às pressas,
acompanhada pela filha.
Maria
Aparecida contou que, por volta de 12h, deixou a fábrica onde trabalha
moendo milho para ir em casa almoçar. Enquanto cozinhava, teria ouvido
um barulho “esquisito”, mas não identificado por ela.
“Quando vi, já vinha a poeira descendo. Foi quando o pontilhão estourou (linha férra que desabou, após o rompimento da barragem). Gritei Ana Clara [a filha] para pegar o celular que estava carregando, agarrei o braço dela e saímos correndo”, detalhou a operadora de máquina, que foi atingida por lama nas costas.
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