Por que a Santíssima Virgem Maria enfurece tanto o movimento feminista?
“É
cristão, é caridoso ocupar-se da condição da mulher, ou melhor, da
família cristã. O ataque, por ora ainda latente, contra esta fortaleza
social que é a família cristã, guardada e mantida pela indissolubilidade
do matrimônio, prestai atenção, amanhã tornar-se-á furioso. O feminismo
é uma parte importantíssima da questão social, e a nossa falha, ó
católicos, é o de não tê-lo compreendido logo. Foi um grande erro. O dia
em que a mulher, libertada de tudo aquilo que chamamos a sua
escravidão, se tornar mãe segundo seu prazer, esposa sem marido, sem
nenhum dever para quem quer que seja, nesse dia a sociedade desmoronará
espantosamente para a anarquia, mais do que desmoronou na Rússia pelo
bolchevismo.”
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Por que a Virgem Maria enfurece as feministas?
Artigo publicado no site em 08.07.2015
Por que
tantas mulheres de hoje parecem infelizes? Nas várias vezes em que me
questionam isto, eu opino que talvez elas não tenham encontrado
respostas adequadas para a pergunta "O que as mulheres querem?" e para
outra pergunta mais importante ainda: "De que as mulheres precisam?".
Eu
considero que a resposta vívida e fulgurante para estas perguntas está
em Maria, Virgem e Mãe. Esta sugestão teria sido corriqueira algumas
gerações atrás, mas hoje é problemática até mesmo dentro alguns círculos
católicos, além de vastamente desprezada por grandes segmentos do
feminismo laicista. Aliás, chega a ser surpreendente que haja paralelos
entre a desconfiança católica a respeito de Maria e a pura e simples
rejeição dela por grande parte das feministas laicas.
O principal ponto de discórdia são os títulos tradicionais de Maria como Virgem e Mãe.

A
virgindade, como virtude louvável e mesmo como ideal, enfrenta tempos
difíceis, inclusive em ambientes autoidentificados como "católicos". Por
quê? Sejamos francos: no mundo ocidental contemporâneo, todos nós fomos
submersos, ao longo dos últimos cinquenta anos, na cultura do “todo
mundo faz” (em referência, neste caso, ao sexo fora do casamento).
Assim, dizer que Maria, como Virgem, é um modelo sublime para restaurar a
felicidade que Deus quer para as mulheres é algo difícil de vender
nestes círculos. Mas não é impossível.
Faz
alguns anos, Sarah Hinlicky escreveu um ensaio fascinante e sábio
intitulado "Virgindade subversiva" (algum tempo depois, ela ainda
escreveria outro belo ensaio sobre a virgindade masculina). Em seu
texto, ela resume a visão do feminismo laicista sobre a sexualidade, uma
perspectiva que tomou conta também de alguns indivíduos e comunidades
autodenominados católicos:
De acordo com a herança da visão feminista, a sexualidade deve ser entendida mediante os conceitos-irmãos de “poder” e “escolha”. Não é uma questão banalmente biológica de gerar filhos, nem uma noção mais elevada de criar intimidade e confiança. Às vezes, parece que o sexo não precisa sequer ser prazeroso. O objetivo da sexualidade feminina seria afirmar seu poder sobre os homens infelizes, para fins de controle, vingança, prazer egocêntrico ou imposição de um compromisso. A mulher que deixa de se expressar na sua atividade sexual se tornaria vítima de uma sociedade machista, que pretenderia, por sua vez, impedir as mulheres de se tornarem poderosas. Por outro lado, dizem ainda as feministas laicas, a mulher que se torna sexualmente ativa descobre o seu poder sobre os homens e, supostamente, o exerce para a sua valorização pessoal.
Ninguém pode reivindicar o controle sobre uma virgem. A virgindade não é uma questão de demonstrar poder a fim de manipular. É uma recusa a explorar e ser explorada. Isto é que é poder real e responsável. Há um apelo inegável na virgindade, algo que escapa ao depreciativo rótulo de "hipócrita" imposto pelo feminismo ressentido. Uma mulher virgem é um objeto de desejo inatingível e é precisamente essa inatingibilidade que aumenta a sua desejabilidade. O feminismo contou uma mentira em defesa da sua própria promiscuidade, ou seja, a de que não há poder sexual na virgindade. Pelo contrário: a sexualidade virgem tem um poder extraordinário e incomum. Não há o que adivinhar nos motivos de uma virgem: a sua força vem de uma fonte que está além dos seus caprichos transitórios. É sexualidade dedicada à esperança, ao futuro, ao amor marital, aos filhos e a Deus. Sua virgindade é, ao mesmo tempo, uma declaração da sua madura independência dos homens. Ela permite que uma mulher se torne uma pessoa inteira em seu próprio direito, sem precisar de um homem contra quem se revoltar ou que complete o que lhe falta. É realmente muito simples: não importa o quanto ele é maravilhoso, charmoso, bonito, inteligente, atencioso, rico ou persuasivo; ele simplesmente não pode tê-la. A virgem é perfeitamente impossível.
Hinlicky deixa claro que a virgem não é uma tola de ninguém, não é um
brinquedo de ninguém e não é uma posse de ninguém. Ela está segura na
sua identidade e integridade. Acima de tudo, ela tem o poder genuíno e a
liberdade indiscutível de declarar "sim" ou "não". Maria Virgem é o
exemplo dessa liberdade. Seu "sim" ao convite divino, seu "faça-se" ao
chamado do Espírito Santo, é a ilustração mais sublime e mais viva da
liberdade da virgem. O “sim” dela é livre, poderoso e incomensurável.
Uma
liberdade dessas para responder ao chamado de Deus é incomparavelmente
maior do que o salto impensado para dentro da onda do "todo mundo faz". O
"sim" dito ao anjo Gabriel pela Virgem Maria é o modelo da liberdade
interior necessária para dar um “sim” completo e genuíno à Divina
Providência. O “sim” a Deus, que só pode fluir dessa liberdade interior,
característica da Virgem que é dona de si, é um elemento essencial na
restauração da felicidade que Deus quer para as mulheres. A liberdade
virginal de Maria, a sua independência de caprichos e tendências, lhe
permitiu tornar-se fecunda de maneira única como a Mãe.

A
maternidade, aliás, é outro tesouro difícil de vender em nossos dias,
como nos lembra Jonathan Last em seu perturbador livro “What to Expect
When No One’s Expecting” [“O que esperar quando ninguém espera”]. Na
maioria dos ambientes que se dizem católicos, não se ouvem menções à
"paternidade/maternidade generosa" ou "heroica". Na maioria dos
programas diocesanos de preparação matrimonial que eu conheço, há pouca
ou nenhuma discussão sobre as "graves razões" que justificam o
espaçamento entre o nascimento dos filhos ou a decisão de não ter mais
nenhum, por meio do planejamento familiar natural. Muitas pesquisas têm
indicado que os autodenominados católicos utilizam a contracepção e o
aborto tanto quanto os não católicos. A fertilidade em geral, e a
feminina em particular, é tratada como uma espécie de doença, ou, pelo
menos, como uma condição lamentável a ser evitada e, não raro, até
“eliminada” definitivamente.
Isso
não deveria nos surpreender. Uma cultura que não valoriza a liberdade
interior da virgindade não tem grandes probabilidades de honrar a
generosidade pródiga que é necessária para a maternidade fecunda. Ao
rejeitar tanto a virgindade quanto a maternidade, a cultura
pseudocatólica e a cultura laicista rejeitam o carisma profundo e vívido
da mulher, que é a capacidade da autodoação, o gênio feminino do "dom
de si" que São João Paulo II exaltou em sua encíclica “Mulieris
Dignitatem”. Quando se rejeita Maria como o ícone da Virgem e como o
ícone da Mãe, será que é mesmo de admirar que a nossa cultura esteja tão
cheia de mulheres infelizes?
E o que pode ser feito?
John
Senior, em sua sublime obra “The Restoration of Christian Culture” [“A
restauração da cultura cristã”], diz que temos de reaprender com a
Virgem Mãe “a linguagem do amor”. É uma linguagem arraigada na liberdade
da Virgem, que chega à expressão mais completa na fecundidade da Mãe.
Sua primeira articulação é o “faça-se” de Maria à sua identidade
feminina dada por Deus. Como é que nós, católicos, podemos recolocar no
centro a sabedoria de Deus revelada através de Maria, a mais abençoada
entre as mulheres? Uma resposta detalhada a essa pergunta seria longa,
mas eu acho que podemos identificar com segurança alguns pontos de
partida.
O
Evangelho de Lucas, 2,19, retrata Maria "meditando sobre todas essas
coisas no seu coração". Bem faríamos nós em meditar como ela meditou e
sobre aquilo que ela meditou, renovando o nosso compromisso com o
rosário. Também seria bom revermos as grandes obras de arte marianas,
especialmente as pinturas dos mestres medievais e renascentistas, assim
como os ícones da Igreja bizantina, transformando essa contemplação em
oração. Por fim, seria muito sábio de nossa parte reimergir nas
reflexões teológicas da Igreja sobre Maria, para chegarmos a amá-la do
jeito que a Igreja sempre a amou.
A
vocação do homem é amar do jeito que Deus ama, como explica Santo Inácio
de Loyola em sua famosa "Contemplatio". A infelicidade humana é apenas
um sintoma do fracasso humano em amar. O gênio feminino da autodoação,
tantas vezes elogiado por São João Paulo II, encontra a sua expressão
perfeita em Maria, que é Virgem-e-Mãe, a mais livre e a mais fecunda de
todas as mulheres. A restauração da felicidade destinada por Deus às
mulheres só pode ser encontrada na imitação de Maria.
Perseveremos em oração uns pelos outros.Fonte: /www.icatolica.com
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Nota de www.rainhamaria.com.br
Diz na Sagrada Escritura:
"Se
o mundo vos odeia, sabei que me odiou a mim antes que a vós. Se fôsseis
do mundo, o mundo vos amaria como sendo seus. Como, porém, não sois do
mundo, mas do mundo vos escolhi, por isso o mundo vos odeia. Lembrai-vos
da palavra que vos disse: O servo não é maior do que o seu senhor. Se
me perseguiram, também vos hão de perseguir. Se guardaram a minha
palavra, hão de guardar também a vossa. Mas vos farão tudo isso por
causa do meu nome, porque não conhecem aquele que me enviou. Se eu não
viesse e não lhes tivesse falado, não teriam pecado; mas agora não há
desculpa para o seu pecado. Aquele que me odeia, odeia também a meu
Pai". (São João, 15,18-23)
"Como
se não bastasse terem errado acerca do conhecimento de Deus, embora
passando a vida numa longa luta de ignorância, eles dão o nome de paz a
um estado tão infeliz. Com efeito, sacrificando seus filhos, celebrando
mistérios ocultos, ou entregando-se a orgias desenfreadas de religiões
exóticas, eles já não guardam a honestidade nem na vida nem no
casamento, mas um faz desaparecer o outro pelo ardil, ou o ultraja pelo
adultério. Tudo está numa confusão completa - sangue, homicídio, furto,
fraude, corrupção, deslealdade, revolta, perjúrio, perseguição dos bons,
esquecimento dos benefícios, contaminação das almas, perversão dos
sexos, instabilidade das uniões, adultérios e impudicícias." (Sabedoria
14, 22-26)
"Ouvi, céus, e tu, ó terra, escuta, é o Senhor que fala: Eu criei filhos e os eduquei, eles, porém, se revoltaram contra mim.
Ai da nação pecadora, do povo carregado de crimes, da raça de
malfeitores, dos filhos desnaturados! Abandonaram o Senhor, desprezaram o
Santo de Israel, e lhe voltaram as costas. Ouvi a palavra do Senhor, príncipes de Sodoma; escuta a lição de nosso Deus, povo de Gomorra: Os rebeldes e os pecadores serão destruídos juntamente, e aqueles que abandonam o Senhor perecerão. O homem forte será a estopa. e sua obra, a faísca; eles arderão sem que ninguém possa extinguir". (Isaias 1)
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