Padre Júnior de Uberaba é desligado da Igreja Católica
À reportagem, Padre Júnior disse ter recebido com profunda tristeza a decisão, afirmando que cumprirá a determinação da Igreja
.

Nota enviada à imprensa no fim desta
quinta-feira (27) confirma a demissão de José Lourenço da Silva Júnior, o
Padre Júnior. Na nota de esclarecimento, a Arquidiocese de Uberaba
informa que a decisão é do Papa Francisco, após longo processo canônico,
tendo sido ouvida a Congregação para o Clero. Dessa forma, Padre Júnior
foi dispensado das obrigações sacerdotais, incluindo o celibato, não
sendo mais reconhecido como padre.
Ele teria sido notificado ainda ontem.
Em nota encaminhada à reportagem, a assessoria de imprensa da
Arquidiocese de Uberaba informa que o processo é sigiloso para
resguardá-lo. “O senhor José Lourenço sabe do conteúdo de todo o
processo e foi lhe dada a possibilidade de ampla defesa. [Ele] contratou
advogado eclesiástico sacerdote, que o acompanhou no processo da
Primeira Instância até Roma.
Por ser um processo interno da Igreja, é necessário que seja um advogado eclesiástico (apenas uma observação: este advogado deve ter mestrado e doutorado em Direito Canônico, e receber autorização da Santa Sé para exercer essa função). Quando o processo é relacionado a um sacerdote, o advogado eclesiástico também deve ser sacerdote”, informa a nota.
Por ser um processo interno da Igreja, é necessário que seja um advogado eclesiástico (apenas uma observação: este advogado deve ter mestrado e doutorado em Direito Canônico, e receber autorização da Santa Sé para exercer essa função). Quando o processo é relacionado a um sacerdote, o advogado eclesiástico também deve ser sacerdote”, informa a nota.
Ainda conforme a Arquidiocese, o juiz
responsável pelo processo em Uberaba foi trazido de Recife para garantir
a isenção e lisura do mesmo, “inclusive para que o imputado e o povo de
Deus não alegassem perseguição”. A Arquidiocese ressalta que o processo
foi analisado por três juízes da Congregação para o Clero, em Roma,
antes de ser remetido ao Santo Padre, para a decisão final.
Nos quase cinco anos que o padre ficou
afastado, sem assumir nenhuma paróquia, a Arquidiocese de Uberaba
garante ter continuado pagando o salário, o plano de saúde e o INSS a
José Lourenço. Segundo a assessoria, mesmo tendo sido notificado da
demissão, para que ele não fique totalmente desamparado, a Arquidiocese
ainda o auxiliará financeiramente e manterá o plano de saúde.
Em áudio direcionado aos “irmãos da fé” (confira acima), Padre Júnior confirmou o recebimento da notícia, a que classificou como “a dor maior”. “No entanto, percebi depois em que saí da Cúria, o quanto eu tinha que renascer no Espírito Santo, sem mágoas, sem julgamentos e sem destruir a ninguém, nem ao Santo Padre, nem ao Dom Paulo, o arcebispo, sacerdotes, meus irmãos, seminaristas, religiosas, religiosos, leigos e leigas consagrados nesses 33 anos de sacerdócio”, desabafou.
Padre Júnior declara que em Uberaba ele
aprendeu a ser padre e mais gente e garante que continuará sua missão,
agora como leigo, mas reitera que foi celebrado sacerdote. “Não posso
celebrar Eucaristia, confessar, enfim, não posso exercer os sacramentos
da Igreja porque estou no estado laical, mas sou para sempre sacerdote.
Tenho consciência porque fui ordenado pela imposição das mãos e, assim,
tendo a minha vida de consagração”,
revelou ele, acrescentando que não vai abrir nova igreja nem ir contra o que a Santa Igreja lhe pediu. Padre Júnior declarou que colocará em prática muito em breve um projeto de acolhimento para prover o resgate humanizado a quem quer ocupar seu espaço na sociedade como filho de Deus. “Fiz isso até ontem como padre da Igreja Católica, agora faço como leigo, mas consagrado para Deus, a serviço dos excluídos do mundo e não de Deus”, explicou, reiterando que o local será de conversa e oração, mas não se tratará de um templo.
revelou ele, acrescentando que não vai abrir nova igreja nem ir contra o que a Santa Igreja lhe pediu. Padre Júnior declarou que colocará em prática muito em breve um projeto de acolhimento para prover o resgate humanizado a quem quer ocupar seu espaço na sociedade como filho de Deus. “Fiz isso até ontem como padre da Igreja Católica, agora faço como leigo, mas consagrado para Deus, a serviço dos excluídos do mundo e não de Deus”, explicou, reiterando que o local será de conversa e oração, mas não se tratará de um templo.
Pediu aos irmãos que não fizessem
mensagens contra o Papa nem a nenhum membro da Igreja Católica. “Se eu fui merecedor de receber essa tão grande tristeza em ouvir que não sou mais sacerdote da Igreja, mas escutando a voz de Deus, sei que sou filho da Igreja e por ela vou morrer sempre, amando meus irmãos, não a instituição, mas sim uma Igreja que Jesus fundou onde estava aplicada não as leis humanas, mas a lei do amor”, pediu.
mensagens contra o Papa nem a nenhum membro da Igreja Católica. “Se eu fui merecedor de receber essa tão grande tristeza em ouvir que não sou mais sacerdote da Igreja, mas escutando a voz de Deus, sei que sou filho da Igreja e por ela vou morrer sempre, amando meus irmãos, não a instituição, mas sim uma Igreja que Jesus fundou onde estava aplicada não as leis humanas, mas a lei do amor”, pediu.
Padre Junior reiterou que vai continuar
atendendo pelo nome de padre. Ele aproveitou a mensagem para pedir a
ajuda de todos que conheceram seu trabalho no sacerdócio e perdão a quem
possa ter decepcionado. “Mas a misericórdia de Deus é maior”, declara,
pedindo ainda orações em sua intenção.

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