NA MISSA - O Que devo fazer na hora da consagração do pão e do vinho?
QUE DEVOÇÃO SE DEVE PRATICAR DURANTE A
ELEVAÇÃO DA HÓSTIA:
Imediatamente depois da consagração, o
sacerdote procede à elevação das santas espécies, cerimônia sublime, prescrita pela
santa Igreja, para que o povo possa gozar e aproveitar, mais perfeitamente, da presença real do divino Salvador.
É desta elevação e da devoção que, durante ela, se deve praticar, que queremos
tratar neste capítulo.
Oh!
que júbilo para o céu! Que fonte de salvação para a terra! Que refrigério para
as almas do purgatório! Que terror para o inferno! Nesta elevação, se
oferece o dom mais precioso que possa ser apresentado ao Altíssimo! Sabes sob
que forma a santa humanidade de Jesus é oferecida a seu Pai, pelas mãos do
sacerdote? Esta humanidade que é a imagem, muito perfeita, da Santíssima
Trindade, jóia única dos tesouros celestes e terrestres.
É oferecida debaixo de
várias formas, porque entre as mãos do sacerdote, o Verbo encarna-se novamente,
nasce de novo e sofre a Paixão; o suor de sangue, a flagelação, a coroação de
espinhos, a crucificação, a morte... oh,
que emoção para o coração do Pai eterno, durante esta elevação de seu Filho predileto!
que emoção para o coração do Pai eterno, durante esta elevação de seu Filho predileto!
Entretanto, o sacerdote não é o único a expor Jesus Cristo aos olhos de seu
Pai, o próprio Salvador se expõe: "À
elevação, vi Jesus Cristo apresentar-se a seu Pai e oferecer-se de uma maneira
que ultrapassa toda a compreensão",
refere Santa Gertrudes no seu "Livro das
Revelações". Mas, se não podemos
fazer idéia deste encontro do Pai com o Filho, a fé deve nos levar a uma
oração muito mais fervorosa no momento em que se realiza".
São Boaventura convida o sacerdote e os fiéis a dizerem então, ao
Pai celeste: "Vede, ó Pai eterno, vede vosso
Filho, que o mundo inteiro não pode conter e tornou-se nosso prisioneiro. Não o
deixaremos ir sem que nos tenhais concedido o que vos pedimos em seu nome: o
perdão de nossos pecados, o aumento da graça, a riqueza das virtudes e alegria
da vida eterna".
O sacerdote, ao mostrar a sagrada Hóstia, poderia ainda dizer ao povo:
"Eis cristãos, vosso divino Salvador, vosso Redentor. Olhai-o com
fé viva e derramai vossos corações diante dele em ardentes súplicas.
Bem-aventurados os olhos que vêem o que contemplais! Bem-aventurados os que
crêem, firmemente, na presença de Jesus Cristo, nesta santa Hóstia!" Se
adoras assim, asseguras a salvação de tua alma, e poderás repetir com o
patriarca Jacó: "Vi a Deus face a face, a minha alma foi salva"
(Gen. 32, 30).
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À elevação, todo o povo deve levantar os olhos para o altar e olhar, com piedade, o Santíssimo
Sacramento. Jesus Cristo revelou a Santa Gertrudes quanto é útil à alma esta
prática. "Cada vez, escreve ela, que olharmos para o Corpo de Nosso
Senhor Jesus Cristo, oculto no Sacramento do Altar, aumentamos o grau de nosso
mérito para o céu, o prazer, o gozo da vida eterna".
Não te inclines, pois, tão
profundamente à elevação que te seja impossível ver a sagrada Hóstia.
A santa Igreja também não o deseja; ela prescreve ao sacerdote levantar as
santas espécies, alguns instantes, acima da cabeça, a fim de que o povo possa
vê-las e adora-las. A eficácia deste olhar para o divino Salvador foi
figurada no antigo Testamento: "Ao povo de Israel, que tinha murmurado
contra o Senhor e contra Moisés, mandou o Senhor cobras, cujas mordedura
queimavam como fogo. Muitos, tendo sido feridos, foram ter com Moisés, dizendo:
"Pecamos; roga ao Senhor para que nos livre destas serpentes". Moisés
fez uma serpente de bronze, colocou-a como sinal, e os que, sendo feridos,
olhavam para ela, ficaram curados" (Num. 21, 8).
O santo Evangelho vê, neste fato, um símbolo tocante de
Cristo, porque diz: "Como Moisés levantou a serpente no
deserto, assim o Filho do homem deve ser levantado sobre a cruz" (Jo. 3, 14). Se a imagem da serpente de bronze tinha a virtude de curar
os israelitas e de preservá-los da morte, com maior de razão, a piedosa contemplação do próprio Jesus curará as almas feridas, aflitas e desanimadas.
os israelitas e de preservá-los da morte, com maior de razão, a piedosa contemplação do próprio Jesus curará as almas feridas, aflitas e desanimadas.
A fim de tornar muito eficaz este olhar para o divino Salvador, faze atos de fé em sua presença real
e no Sacrifício que ele oferece a seu Pai celeste, por nós, pobres pecadores. Estes atos de fé valer-te-ão uma insigne recompensa.
"Bem-aventurados os que não viram e creram" (Jo. 20, 29). Estas palavras podem bem se aplicar àqueles que têm uma fé
viva na presença real de Jesus Cristo no Santíssimo
Sacramento.
Tendo adorado a Santa Hóstia, faze dela oferta ao Rei celeste. Já
expusemos a virtude deste ato; acrescentamos somente a seguinte palavra da
Santa Gertrudes:
"A oblação da sagrada Hóstia é a
mais eficaz satisfação por nossas culpas".
Com isso quer dizer que, pobres
pecadores como somos, devemos concentrar todas as forças de nossa alma, para
oferecer a Deus a Hóstia santa, a fim de obter-lhe o perdão e a misericórdia.
À elevação da santa Hóstia, sucede a do Cálice sagrado, cerimônia igualmente
significativa. É então que o precioso Sangue corre, de maneira mística,
sobre os circunstantes, como se vê das palavras do missal:
"Isto é o Cálice de meu Sangue, do novo e eterno Testamento: mistério da fé que será derramado por vós e por
muitos, para o perdão dos pecados".
Neste momento, recebes a mesma graça como se estivesses, cheio de
arrependimento, debaixo da Cruz no Calvário e o precioso Sangue te inundasse. Deus disse, no Antigo Testamento, ao povo de Israel:
"Imolai um cordeiro e marcai, com seu sangue, as portas e os portais; e
o Anjo exterminador passará a porta de vossa casa, quando vir este sangue"
(Ex. 12, 22). Se o sangue do cordeiro pascoal preservou os israelitas dos
golpes do Anjo exterminador, mais poderosamente, o Sangue do Cordeiro sem
mancha nos protegerá contra a raiva do anjo das trevas que, como um leão
rugidor, anda em redor de nós, procurando a quem possa devorar.
Vejamos ainda o que devemos fazer depois da
elevação do Cálice. Muitas pessoas têm o costume de rezar então cinco Padre-Nossos em honra
das cinco chagas; excelente prática,
porém muito mal colocada. Outros que se sobrecarregam
de orações, continuam a fazê-las.
Seria, infinitamente, melhor fazer o que faz o sacerdote; pois, o
Sacrifício nos pertence tanto quanto a ele. Apesar das ofertas reiteradas antes
da elevação, o sacerdote continua a oferecer depois.
Nada aliás poderíamos fazer mais agradável a Deus. É por isso que o sacerdote diz, depois de ter posto o Cálice sobre o
altar:
Por esta razão, Senhor, nós, vossos servos, mas também vosso povo santo...
oferecemos à vossa augusta Majestade de vossos dons e dádivas, a Hóstia pura, a
Hóstia santa, a Hóstia imaculada, o Pão santo da vida eterna e o Cálice da
salvação perpétua".
Sanchez diz destas palavras: "Em toda a Missa, o sacerdote não
pronuncia palavras mais consoladoras; pois, nem ele nem o povo poderiam fazer
coisa melhor do que oferecer a Deus o augusto Sacrifício". Compreende,
portanto, como prejudicas a teus interesses, substituindo esta preciosa oferta
por tuas pobres e tíbias orações.
Criaturas indigentes que somos, desprovidos de méritos e virtudes, como não nos
apoderaríamos, avidamente, de imenso tesouro que podemos apresentar, como
sucesso, ao Pai celestial? E este tesouro, Deus no-lo dá em cada Missa,
e, com ele, nos entrega todas as suas riquezas, para que as empreguemos em
saldar nossas dívidas. Oferece, pois, a santa Missa, oferece-a ainda, oferece-a
sempre.
As pessoas que não sabem ler os excelentes métodos de oferecer o santo
Sacrifício, contido nos formulários de orações, podem decorar a oração
seguinte:
Meu Deus, eu vos
ofereço esta Santa Missa; ofereço-vos vosso caro Filho, sua encarnação, seu
nascimento, sua dolorosa paixão; ofereço-vos seu suor de sangue, sua
flagelação, sua coroação de espinhos, sua via sacra, sua crucificação, sua
morte, seu precioso Sangue. Ofereço-vos, para vossa maior glória e a salvação
de minha alma, tudo quanto vosso caro Filho fez, padeceu, mereceu, e todos os
Mistérios que ele renova nesta santa Missa.
Amém. Autor: Pe. Martinho de Cochem (1630-1712)
Amém. Autor: Pe. Martinho de Cochem (1630-1712)
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